31 de Dezembro
- Roberta Güttler de Oliveira
- 3 de fev. de 2017
- 2 min de leitura
Me peguei no último dia do ano dando uma de hater na internet. Comecei um texto sobre a Cláudia Leitte interpretando uma canção do Led Zeppelin no The Voice Brasil.
Que vergonha, pensei eu. Que texto mais odioso...pra que isso logo no dia 31 de dezembro? Deletei tudo. Pensei melhor. Eu decido finalizar mais positivamente. Seria bom se todos fizessem isso (eu mesma!) em tudo...até em pequenas coisas.
Tá aí! Gente que nunca tinha ouvido falar em Led Zeppelin ou na música D'yer Mak'er (a clássica "ou ou ou ou") agora conhece! Quem dera eu ter uma voz de cantora, ser famosa como ela e ter escolhido essa música pra interpretar. Meu sonho mesmo seria mandar uma da Janis...Quem sabe um dia a Cláudia também canta uma da fantástica little girl blue.
Mesmo com esse exercício todo de tentar escrever o lado positivo, minhas mãos ainda tremem querendo escrever que não gostei do esforço de Cláudia tentando ser sexy a todo custo. Seria melhor se fosse menos..."menos Claudinha". Nem precisaria se jogar no chão, andar igual a Gisele Bunchen e rebolar de sainha e jaqueta de couro. Bastava cantar!
Cláudia fechou o ano de 2016! Poderia ter sido um ano pior? Ah...tudo pode ser sempre pior.
Entrou Temer, mas poderia ter sido Cunha. Foram embora Bowie, George, Prince, mas consegui assistir ainda vivos os Stones. Ainda tenho a chance de ver Cat Stevens, Elton John e James Taylor. Todos incomparáveis e seguirão com seus talentos em outro lugar. Esses se foram, mas poderia ter sido pior: MC Biel poderia ainda estar no mapa!
Infelizmente, tem as coisas ruins que não se consegue encontrar o que poderia ser pior. Aleppo (e a falta de interpretação de quem é o real culpado), refugiados, Trump, estupros coletivos. Bem, o lado pior disso tudo é ainda a falta de empatia de muitos pelo sofrimento alheio.
Tem as crueldades feita pelo próprio homem. O assassinato do seu Luiz no metrô. O lado bom disso? Ele deu o exemplo de empatia ao próximo. Existiu aqui a comoção da maioria, mostrando que ainda somos capazes de nos chocar com essas coisas que acontecem todos os dias.
Dois mil e dezesseis foi punk, mas mostrou muita coisa boa através de coisas ruins. Tragédias como a da Chape mostraram o quanto ainda temos nosso espírito brasileiro e que não somos os únicos a sermos assim. Fizeram-nos enxergar que não somos o único povo acolhedor no mundo. Ah, colombianos...vocês sempre existiram?
Foi um ano ruim sim. Para o mundo, para os brasileiros, para muitos amigos meus. Mas sempre poderia ter sido pior. Eu ainda escolho ser romântica, eu ainda tenho uma chama acesa de esperança dentro mim. Precisamos ter!
Vai melhorar!

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