O Jogo da Amarelinha - Ida ao Céu
- Jorge Motta
- 17 de ago. de 2015
- 1 min de leitura
Um soneto às avessas, uma brincadeira com o sentido dos versos. Um beijo em Júlio Cortázar, por ter escrito a obra Rayuela (O Jogo da Amarelinha), que pode ser lida de frente para trás, salteada ou de trás para a frente. Assim, o soneto formal, que se estrutura em estrofes de 4 - 4 - 3 - 3 versos, é escrito em 3 - 3 - 4 - 4 e depois é escrito ao contrário.

O Jogo da amarelinha - Ida ao Céu Sou um pouco do que nunca serei Um pouco dos outros gostos Um pouco de outros olhares Eu sou um pouco do que já sei Um pouco daqueles rostos Perdido entre mil milhares Sou também um pouco dessa leitura Um pouco falado, escrito ou ouvido Um pouco absurdo, outro tanto absorvido Um pouco o criador devorando a criatura Assim sou um pouco do que amo e odeio Um pouco do que ouso tanto quanto receio Assim sou sussurro no meio do grito Sou assim minha morte sou assim infinito.
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