Bruxelas
- Monique Pfau
- 17 de ago. de 2015
- 1 min de leitura

Hoje é o nosso último dia juntas Menina imponente Choro por dentro, coração exprimido de saudades Choras por fora, chuva forte de despedida.
Preciso muito te dizer o quanto detestei nos dias frios sem folhas com ventos que atravessaram a minha alma os teus conterrâneos apáticos
Mas tu, com tua beleza urbana suja e florida Tu me ensinastes a te amar Me destes comidinhas aconchegantes Beleza arquitetônica E litros de multiculturalidade
Em ti aprendi onde ir Encontrei a concentração que andava distraída Falei um francês inglesado Descobri amizades para uma vida Fui livre todos os dias
Ao andar pelas tuas ruas Enquanto sujavas minhas unhas e poros eu desviava dos cocôs de cachorros espalhados nas tuas calçadas e contemplava os sacos de lixo empilhados ao longo dos teus bairros. Ainda assim, tu sempre me permitias atravessar tuas ruas em segurança E sempre trazias teus ônibus, bondes e metrôs nos horários prometidos
Tens a beleza imperfeita, Meu tipo preferido, confesso.
Quanto aos teus Sejam eles flamengos, quietos, discretos, um pouco holandeses, Sejam eles valões, exibidos, charmosos, um pouco franceses, Os belgas não são tão apáticos como pensei Basta-lhes um sol no rosto E sorriem para uma desconhecida
Escrevo isso hoje, Porque, Bruxelas, ainda és minha realidade. A partir de amanhã te tornarás minha lembrança Parte do meu passado E eu do teu.
Adeus, minha querida amiga!
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