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Infância Roubada

  • Roberta Güttler de Oliveira
  • 20 de jul. de 2015
  • 1 min de leitura

Todos os dias chegava da aula, almoçava e ia correndo pra rua ver as formiguinhas.

O menino adorava ver como elas se movimentavam de um lado pro outro, enfileiradas...algumas pareciam perdidas, não seguiam o fluxo principal. Às vezes, achava até que podia escutá-las.

Mas seus dias preferidos eram quando chovia. Ficava maravilhado em como as formiguinhas mudavam de cor em contato com a chuva.

Algumas ainda permaneciam sendo apenas uns pequenos pontinhos pretos, mas outras tinham o poder de se incharem, ficarem redondinhas e coloridas...vermelhas, verdes, azuis, rosas, amarelas...ah, aquelas formiguinhas eram mágicas!

Gostava mais ainda quando a chuva estiava. Parecia que todas as bolinhas coloridas estouravam ao mesmo tempo transformando-se novamente nos pequenos pontinhos pretos ambulantes.

Quando a mãe do menino via onde ele estava, se preocupava e berrava de dentro de casa: "Filho, o quê você tá fazendo aí fora?"

"Tô vendo as formiguinhas coloridas lá embaixo, mamãe!"

"Vem já pra dentro que é perigoso ficar pendurado aí e olhando pra baixo você pode ficar tonto...além disso você vai se molhar todinho. Não quero que você fique doente e não quero que molhe o chão da sala, viu, querido?"

Assim sempre acabava a alegria do menino...saía do peitoril da sacada do vigésimo quinto andar do seu prédio, protegida com a devida tela de segurança, que ficava naquela rua movimentada do centro da Capital...


 
 
 

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