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Uma Conversa Filosófica sobre Mões

  • Roberta Güttler de Oliveira
  • 3 de jul. de 2015
  • 1 min de leitura

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Sábado cedinho. Eu já estava acordada em minha cama, mas ainda tentando descansar. Ouço aqueles passinhos curtos saindo do quarto ao lado vindo em direção ao meu.

Minha pequena de 3 aninhos chega na porta, segurando seu travesseiro de quase metade do seu tamanho, toda descabelada, amarrotada, de pijama de borboleta...existe coisa mais fofa?

"Bom dia, mamãe!". Com sua vozinha rouca de quem acabou de acordar e um sorriso gostoso. Já vai colocando, sem pedir permissão, seu travesseiro em cima do meu peito e deita-se sobre o meu corpo.

Começo a fazer um carinho na sua mão linda. Estávamos conectadas em pensamento. Enquanto eu me deliciava acariciando sua pequena mãozinha - apreciava o quanto era macia, gordinha e ainda com seus furinhos nas costas das mãos na região que liga os dedos às mãos propriamente dita - Gabi também estava filosofando:

"Mamãe, nossas mões são parecidas, né? Só que a sua é mais maior porque você é mais adulta do que eu".

Me deu vontade de rir e esmagar a criaturinha que estava sobre mim. Mas sua expressão era tão séria que me pareceu uma conversa filosófica muito importante. Resolvi não distraí-la e deixá-la continuando no seu pensamento:

"A minha mão também é quase grande, porque não sou mais bebê, né mamãe?"

"A minha mão tem uns furinhos aqui, mas a sua não tem...porque mamãe?"

"Nossas mões são iguais porque nós duas temos esse dedinho torto igual".

E assim falou e falou...eram muitas suas observações sobre nossas "mões". Não resisti, a esmaguei e cheirei seu pescocinho.

"Pára, mamãe, continua fazendo carinho na minha mão que é mais melhor..."


 
 
 

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