Sou Testemunha
- Andrea CG
- 3 de jul. de 2015
- 2 min de leitura

Ela é uma amiga de longa data. Trabalhamos juntas e todos os dias conversamos durante o almoço. Aprendizado e amor são temas comuns por aqui.
Uma fase de conselhos e apoio, uma ouve a outra com o coração e sem julgamentos. Ela teve que deixar o namorado depois de um problema pessoal dele. Já meu namoro teve um fim tradicional e doloroso.
Mas com o tempo passamos a rir de nós mesmas. Das histórias do final de semana e das furadas inevitáveis. Resolvemos viver sem olhar para trás, viajamos para longe com outra amiga querida, cada show era uma nova cantoria e as lembranças ficaram mais leves.
Fiquei sabendo agora que o rapaz sofre de depressão profunda. Uma mistura de arrependimento e remorso ao descobrir que ela nunca o esqueceu, que sofreu sozinha se forçando a apagar a história e com lágrimas nos olhos precisou de ajuda para reaprender a amar de novo.
O sentimento no final das contas era recíproco e ele nunca assumiu. Também queria abraçar e não abraçou, sentia saudades e esperava passar. Por orgulho, razão ou medo, não soube bem explicar.
O motivo não importa mais. Minha amiga partiu de repente aos 30 anos, a luz apagou de um dia para o outro e levou com ela o fim da história. Ele perdeu a chance de ser feliz sem tantas regras e agora carrega um silêncio cheio de culpa.
Sem imaginar, virei testemunha de um amor perdido. Impossível explicar a grandiosidade desse aprendizado na teoria ou como me transformou. Ela não vai estar aqui para o próximo almoço, mas tenho absoluta certeza do que me pediria para fazer neste momento. Então: te amo.
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