Que Falta que Faz...
- Jorge Motta
- 28 de mai. de 2015
- 1 min de leitura

Que falta que faz...
A um deus, um terço rezado, Em silêncio ou gritado, Ajoelhado ou em pé Mas rezado com fé A verdade comovida A certeza como vida As palavras na oração O calar no coração
Ao homem, um certo pedaço Imperfeito pelo cansaço Refletido no espelho polido O desejo mais escondido A metade procurada A beleza amargurada Os espinhos da roseira As pétalas da rosa inteira
À mulher, um beijo, um bom dia, um olhar, um laço de fita. Um verso mais longo, um olhar, um brinco (e sentir-se bonita) Guardar elogios e lembranças, carinhos e toques e também um sorriso Ser delícia, pequena fada serena, anjo demônio em algum paraíso A mais traiçoeira rasteira serpente, dissimulada insensível, venenosa A estranha atração exalada na pele, nos pelos, na silhueta sinuosa A razão de ser dos poetas, piratas dementes, loucos iludidos namorados da lua A última vontade de um cão vagabundo, um uivo triste, um fim no meio da rua.
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