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Sorriso Banguela

  • Caco da Motta
  • 20 de abr. de 2015
  • 1 min de leitura

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Nunca falei aqui do sorriso banguela? Sempre que estou estressado ao extremo, por trabalho, pressão, prazos, prédios, buzinas, gritos, latidos, celular, e-mails, senhas, horários, reuniões, calendários, quando preciso de oito ouvidos, 18 olhos e uns seis cérebros e outras tempestades mentais me lembro dele. Foi assim há uns 5 anos quando passou por mim um cara sujo, feio, numa carroça a jato pelas ruas de Porto Alegre. Mas ele tinha um sorriso banguela. Aquilo era uma provocação. Eu que tinha todos os dentes, paguei dentista, usei pasta dental, aquele limpa língua que faz sair um gel gosmento da boca, sangrei a boca com fio dental e usei aqueles detergentes bucais para deixar o sorriso com jeito de comercial, não estou sorrindo? Será que eu tenho que pular na carroça, largar tudo e sair gritando feito louco por aí, iuruuu! Vamu cavalo ! E mandar tudo pra P que Pariu! Juro que pensei. Mas logo veio a reflexão. O sorriso banguela era um aviso de que nem tudo está perdido. Todos nós aprendemos a sorrir sem dentes, quando éramos criança, no colo da mãe. E fiquei com aquela imagem do homem que não tem quase nada, mas tem tudo: o poder do sorriso invisível, que nós de tão previsíveis não conseguimos enxergar.


 
 
 

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