As Selfies

Dia lindo hoje. Fui caminhar na praia, linda, paradisíaca, sol gostoso, típico dia de março, pouca gente. Fui caminhando e observando as poucas pessoas que estavam na praia, sozinhas em suas cadeiras tirando suas selfies. Sim, algumas selfies. Por um momento fiquei com saudade de quando “exagerávamos” e comprávamos um filme de 36 poses para a máquina fotográfica.

A cena de ver uma pessoa sozinha na praia, ajeitando o cabelo, estendendo a mão com o seu celular, abrindo um sorriso falso, tirando uma foto e em seguida digitando alguma coisa (com certeza postando em alguma rede social) é no mínimo estranha, e até um pouco triste.

Nada contra fotos. Adoro tirar fotos. Tiro fotos o tempo todo: filho, cachorros, comida, eventos, do nada, de tudo. Adoro registros. Mas hoje estas cenas (foram várias) me pegaram. Lembrei de uma amiga que tem um filho adolescente. Ela disse estar acostumada. Ele tem amigos na escola, vai ao cinema, vai nas festas e quando chega em casa, os amigos continuam com ele, só que virtualmente. Ele nunca está sozinho de verdade. Bom, então talvez, aquela pessoa sozinha na praia, quando tira e posta uma selfie, não se sinta sozinha. Ela vai ter curtidas e comentários em sua foto. Talvez ela sinta seus amigos, ali, na praia com ela, de alguma forma.

E aí me vem outra questão. Mas o que tem de errado em ficar sozinho, o que há de errado na solidão? Bom, isso já é outra reflexão, para outro texto, quem sabe.

Texto escrito dia 12/03/2015

#selfie #praia #reflexão